Carol, Rafa e
Maria...
Carolina menina
decidida, já pequena era sabida.
Nasceu miúda, nos
fitando atenta, atrás dos olhos escuros em seu macaquinho branco de
listras azuis. Disparou a chorar e foram 3 meses sem parar.
Não tinha
cabelos, cabecinha rotunda, sorriso largo estampado na cara redonda,
bem como bocão quando berrava.
Não desgrudava da
mãe, fazia do peito chupeta. Soube aproveitar, controlava a
situação. Tias, avó a sua disposição, principalmente a Tia Dorinha...
Foi crescendo no
meio da gente, falava igual adulto, certo que trocava algumas
palavras: Xumiga, ventada, para de isso!!
Espirituosa, bem
humorada e teimosa quando queria. Fez de mim um pai, cresci com ela,
me ensinou a amá-la. Seu choro irritava, testava o nosso limite, mas
depois cansada adormecia fazendo sentir pena.
Na escola ficar
não queria: - Fica mais um pouquinho, só um pouquinho....
Desde cedo já
sabia o que queria. Gostava de bicho, vai ser veterinária. Easy
going, na escola se dava bem com todos, evoluiu com a turma.
Rafaela nasceu
meio dia, veio que naturalmente, depois de quase três anos. Quando
Carol soube disse que ia se chamar Rafaela. Foi bem recebida, bebê
rechonchuda, agora com menos expectativa mas com maior alegria.
Família logo se eterneceu, Tia Dorinha de costume muito carinhosa, parecia mãe,
tia, irmã... Rafa retribuía o carinho, é afilhada da tia querida.
Carol queria
cuidar, logo brincar, foram crescendo e até que brigar nem tanto.
Chorona e manhosa, dificilmente sorria, sempre reclamava. Sempre
atendida nos caprichos mas mesmo assim não ficava satisteira. Carol
sem paciência, com ela implicava...
Na escola até que
ficava... Também, com a Carolina, não haveria problema. A defendia
da Marianinha que queria bater nela. Na cantina não falava nem para
comprar lanche. Sempre Carol que resolvia.
Eu primeiro!
Sempre gritavam pra entrar no carro ou na casa. Toda vez Carol perdia
e reclamava: - Sempre eu tenho que deixar??
Cresceram na
harmonia, faziam tudo juntas. Andavam igual cachorro, latindo e
grunhindo, não importava se era na escola ou em casa. Cuidaram de
cachorros, hamisters e tartarugas, seus brinquedos nos armários
arrumavam. Bichos de pelúcia em centenas, todos batizados com nome
de gente.
Independentes,
escolhiam própiras roupas, tomavam banho sem ajuda. Só não levavam
as toalhas.... até hoje.... Vinha o grito do banheiro: - Alguééém!!!
Rafaela sempre
discreta, observadora, fala apenas o indispensável. Mau humorada e
ranzinza, até que tolerante um certo ponto. Fragil e insegura
algumas vezes, aprecia uma inércia, depressiva e questionadora,
precisa de motivação e razão. Baladeira e fiel às amizades,
decidida nos seus valores. Criativa e talentosa, é querida por todos
que a conhecem bem. Nany e Raquel, BFFs, hoje encontram-se na
bagunça, nas férias escolares, juntas com Carol, recordando
saudosas, os tempos da escola Waldorf...
Amigas e
cúmplices, agora têm a Maria. Veio muito depois, já adolescentes.
No início não parecia ser uma boa ideia. Afinal quem quer tomar
conta de irmazinha bebezinha chorona e chatinha?
Maria é ligada,
aprende com facilidade, configura celular e TV, ensina a mãe a
mexer. Na escola aprende tudo, mil atividades, escotismo, balé e
agora quer tocar piano. Tem um jeito único, controla a gente, é
insistente. Presta atenção quando quer, distraída assistindo TV.
Tem senso de humor apurado, sabe cativar as pessoas. É meio neta e
filha, já que veio do fundo do tacho, É carinhosa, diferente das
outras, gosta de beijar e abraçar, é grudenta e amorosa, um novo
momento de ser um pai de um outro modo.
Agora, três
filhas muito diferentes e preciosas, Carol e Rafa com maturidade,
carinhosas com a caçula, Maria faz-no ter motivos, centro de tudo, é
o que importa. São únicas, cada uma a sua maneira, ocupando seus
espaços, completando a vida da famíla...