terça-feira, 26 de junho de 2012

Domingo no clube


Era para jogar tênis no clube...
Comentar jogadas, tipo de raquetes, tensão da corda, supostamente experts nos assuntos.
Atletas domingueiros, aulas e treinos sérios durante a semana, todos sócios de uma tribo heterogênea reunidos para jogar... conversa fora.
Bons no tênis mas melhores nos copos. Na quadra todos comportados na prática deste jogo de lordes. Mesmo nas boladas e nas afanadas dos pontos, um comentário irônico bem humorado para o caldo não engrossar. 
À mesa, maridos desgarrados desfrutando o momento, bebendo e enrolando até as esposas os intimarem. Posam de machões, pedem saideiras, mas todos obedientes a severidade do Izawa-san, o bar vai fechar é hora de procurar outro lugar...
Histórias recontadas entre as cervejas quase geladas. Polêmicas à parte, a paz reina quando a crítica é contra o sistema. 
Almoços festivos sazonais documentados em fotos iconográficas, familiares reunidos, mas nem sempre é calmaria. Alguns se afastam mas não adianta... Estão sempre presentes nos assuntos, já se tornaram lenda e folclore. 
Nesta comunidade abebeana quanto mais assunto melhor...Falar de pessoas queridas, dos seus hábitos e principalmente dos defeitos. Modo carinhoso de lembrar dos habitués amigos, caricaturando-os nos seus comportamentos, revezando-os na berlinda, nunca escapando da acidez democrática. Não interessa a profissão, patente ou religião, todos um dia terão a sua vez. 
E assim se vão muitos domingos...Filhos já cresceram, netos nasceram, pais envelheceram...
A amizade perdura em harmonia e equilíbrio. Todos têm consciência, quer escutar fica e desfruta, se não gostar a saída é a mesma da entrada.

aos amigos da AABB

terça-feira, 19 de junho de 2012

Irmã é pra sempre



Lembro-me das nossas brincadeiras
Das nossas brigas e implicâncias
Do batom que detonamos
Dos pulos do guarda-roupa
Da TV preto e branco...
Lembro-me do apartamento, dos brinquedos de madeira
Do presente de Natal que esperávamos
Do diamante negro pra ficarmos comportados
Dos mangás que devorávamos
Da escuridão do corredor...
Lembro-me dos banhos na bacia
Do primeiro dia da escola
Do guioza de alguns domingos
Do ciúme e do amor
Da família que a gente tinha...
Lembro-me de alguns abraços
Das minhas sobrinhas
Da minha afilhada
De alguns telefonemas
Das conversas demoradas...
Quero lembrar mais,
Das coisas recentes esquecidas 
Da boa sensação de estarmos perto
Abandonada por divergências
Que nem mais interessam...
Quero ter talvez
Alguns momentos novamente
Sem nada a explicar
Nem precisando entender
Só pra continuar
Como antes sem nada mudar....

domingo, 10 de junho de 2012

Canção de amor


Nada mais que amor
Sentimento que preenche
Essa sensação de plenitude
Sempre dando esperanças


Respirando pra sobreviver
Cantando pra não chorar
Sono que nunca vem
Sonhos que não se vão


Ter o que pensar
Saudade que não cessa
Choro que aparece
Quando triste ou feliz


Sem nada a esperar
Apenas viver um momento
Tempo limitado, pode até ser infinito
Na memória...No coração...