quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Foi num dia dos pais...


Se não fosse por você eu viveria triste
Pois é você que me faz feliz
Se não fosse por você eu não iria brincar
Porque é você que me alegra a brincar
Se não fosse por você eu não iria correr
Porque você que me ajudou a me ensinar a andar
Se não fosse por você eu não iria viver
Porque uma parte de mim na verdade é você
Você me faz feliz
Você me faz brincar
Você me faz correr
Você me faz viver

...foi num dia de setembro após dia dos pais qualquer, crianças fazendo lembrancinhas de trabalhos manuais na escola.
Rafaela aos nove anos, uma garrafinha de long neck pintado de psicodélico, tampado por uma rolha de cortiça. Uma mensagem espetada na rolha em forma de pergaminho com sua perfeita imperfeição, palavras que não costumava ouvir, mas ao ler as imaginei em sua voz...
Se não fosse você eu é que não existiria...



sábado, 14 de janeiro de 2012

Realidade ainda que relutante



Certo dia acordei, não era real, era fantasia.
Achei que tinha controle, calculei que eu poderia...
Pensei em ser feliz mas não foi assim,
Depende de coisas que nem imaginaria...
Não posso mais, vou cuidar da minha vida.
Basta não desejar, reluto em aceitar,
Não mudo o destino, não está em minhas mãos...
Foi um sonho e ao despertar,
Aliviado fui  perceber.
Decidi não mais dormir, evidente é impossível,
Então que ao menos, 
Nunca mais volte a sonhar...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Quero ainda ...



Quero ainda ter...
Saudade de um lugar
Um quintal com pomar
Uma dívida impagável
A minha paixão correspondida
Quero ainda ver...
Aurora boreal
Crianças sem fome
Minha família se juntar
Futebol sem cochilar
O meu amor me desejar
Quero ainda ouvir...
O silêncio da noite
Muitas latinhas abrirem
Um disco com chiado
A internacional sem me emocionar
Juras sussurradas por ela
Não quero mais sentir...
O rancor que nunca me deixa
Frio que passei um dia
Dor de dente que tive criança
Insegurança como todo mundo
E a falta que você me faz






quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Depressão como hábito


Na alegria, quer a dor
No amor,  o sofrimento
Chora lágrimas secas para mostrar o seu sorriso,
Tudo em volta nada tem razão
Num dia de Sol, prefere a escuridão
 
Com a porta fechada, não vê o mundo
Atrás dos pensamentos tem um sentimento,
Melancolia não descansa
Tristeza avança
Sonhos não existem mais...
 
Vida inteira, quando fará sentido?
Ao findar o ultimo desejo,
Muito amor é pouco.
Sem traços entre os pontos,
Larga distância ainda a percorrer...

Parece que não é nada
Desde que não se angustie
Sempre fará presente
Dependendo da dose assimilada
Acumulando e sedimentando
Esperando o momento certo
De dissipar e voltar pra vida
Bastando viver uma paixão...



terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Introspectiva 2011




O ano passou, a vida andou mais um pouco.
Um ano sem acrescentar, o que será que posso recordar?
Nada de especial registrado, se é que é especial a vida.
Mudei de casa e no trabalho o local.
Fiquei sem emprego e sem as futilidades,
Despesas se mantiveram, até aumentaram.
Sofri por mim e pelos outros, pelo ideal e ideias.
Quis quando não me quiseram, neguei quando fui exigido,
Rejeitei e fui rejeitado, mas niguém teve culpa.
Pessoas foram importantes, magoei algumas mas todas eu amei.
Palavras certas em momentos errados, expectativas criadas e não atendidas,
Atitudes pensadas, não suficientes, para almas sensíveis e carentes,
Objetivos diferentes e necessidades semelhantes.
Rompi com meu sangue e cicatrizes permaneceram
Palavras contusas que não esperava,
Fizeram-se necessárias, embora arrependidas,
Ficaram marcadas como num laço apertado,
Num pesado ar que paira constante...
Não acaba neste novo ano,
Um pouco de otimismo é admissível,
Mas inevitável, o destino já existe.
Muda-se a trajetória mas o final já se sabe,
Objetos, corações...
Nada se leva, ficam as lembranças.