sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ciclo da vida (do fim do começo ao começo do fim, fechando o ciclo)


Explode em vida, arrisca-se sem medo
Numa travessia intensa, roleta russa de sentimentos, acabando em sofrimento.
Altos e baixos, exagerado aos extremos,
Só o momento interessa.

Trabalho que agora chega, junto com filhos e contas.
Agora é dinheiro, o futuro depende da eficiência.
O tempo corre mais que a vida,
Não existe parada antes do ponto final.

Sucesso ou fracasso, nem tudo se conseguiu
Tem uma serenidade, da realidade um momento para si.
Energia rareada, doses calculadas
Razão e emoção nos pratos da balança.

Cabelos brancos, dentes ambares, ossos enfraquecidos
O ocaso se aproxima, roleta russa de sentimentos, acabando em sofrimento.
Altos e baixos, exagerado aos extremos,
Só o momento lhe resta.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Natal é democrático!


Papai Noel magro
Panetone barato
Comércio popular
Dinheiro contado
Chester no tabuleiro
Mortadela ao tender
Cidra e marajá
Brinquedinhos de plástico
Mais esperança a cada ano
Menos saúde a cada dia
Família imensa com fome
Mas hoje todos comem
Um pouco pra todos
Não diminui a alegria
Ao compartilhar essa data 
Do menino que nasceu para nós 
Para que todos fossemos iguais
Pelo menos neste dia

domingo, 1 de dezembro de 2013

Ana Paula


Paixão tem medida
Tem que ser intensa
Com responsabilidade
E no mínimo imensa

De comprometimento
Pode ser exclusiva,
Direcionada ou única
Máximo no sentimento
Tem que ser vivida
Ser correspondida
Poderia ser eterna...

Meus valores
Meus amores
Meus dissabores

Assim segue a vida, 
Amor e paixão sempre
Quem puder me acompanhe
Desde que eu me apaixone









sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Corrida de ganso


Atendo o telefone e oferecem-me um convite para um jantar beneficente. Nada mais normal, num reflexo de raciocino, penso...Que mal tem?
Nesta cidadezinha simpática do interior, sozinho, sem rumo, um jantar, sexta feira.... 
Busco o convite. Um evento de uma comunidade católica fervorosa, encontro de fiéis agradecendo um ano abençoado. Nada de mais, sou batizado, comungado, não sei o Credo mas encaro o Pai Nosso e a Ave Maria.
Chego em ponto às nove, uma noite de massas. De massa humana no galpão do Clube. Não tem cerveja, meio deslocado, observado... Será que as pessoas reconhecem um pecador?!
Performances e músicas estilo TV Aparecida, vocalista de olhos fechados cantando com emoção. A banda para e o mestre DJ carismático faz as honras. Agradece o espírito cristão dos patrocinadores. Presto atenção na mensagem do padre, informal e a paisana, seguido de tracionais orações de mãos dadas e abraços fraternos uns aos outros. Uma missa jantante...
Anuncia enfim o arauto: -O jantar está servido!
Como um raio, uma fila se materializa desde o Egito ao Jericó. Felizes e pacientes, todos a espera da saciedade. 
WTF! Já basta pra uma alma condenada! Desde a tardinha a fome já me apertava... Pragmático, saio a francesa sem despedidas. Pizzaria é o destino numa decisão sensata. Peço de mussarela e fico sabendo: Subiu 10% deve ser por culpa do petróleo. Que fase!! Numa corrida de ganso, o pato só se dá mal.
Mas...Na calmaria,...Na serenidade... Racionalizando, consolado no meu canto, abro a caixa e sinto o aroma do queijo derretido. Aquela primeira dentada no bico da fatia, dou uma golada na cerveja e mordo a azeitona e me encho de graça: - Tudo bem, louvado seja, a maré tá mudando...Tá sem caroço!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Arte de viver!

Viver da arte
Da arte de viver
Amar a arte
Da arte tirar o amor
No tatoo a identidade
Uma forma de se expor
De chamar pra si a cor
Mostrar o riso
E também a dor
Escolhas já feitas
Trabalhar a arte
Dela tirar o sustento
Nessa vida até a morte
Para realizar o amor
Simples como a vida
É o seu clamor

A Rafaela, minha filha, estilista, tatuadora, artista...



terça-feira, 13 de agosto de 2013

Um futuro melhor, com saudade do passado



Escolho não escolher, 
Deixa o rio correr e o amor acontecer...
Morrer na hora que tiver que ser, viver todos os dias, esperando trazer
Algo mais que deixei que nunca esperei
Inspirado por sonhos moldado por despertares
Cumpri o papel que não me coube escolher
Entremeado de destinos, fazendo uma trajetória que segue autônoma
De almas que passaram como sombras e luzes
Mas como um lampejo de um raio numa fração de tempo,
Deixou marcas como na retina ofuscada
Trazendo memórias ao cerrar os olhos





segunda-feira, 1 de julho de 2013

Mais um aniversário



No meio da vida e um pouco mais
Esse tempo que não vi avançar
Passaram momentos e as dores dissiparam
Nesse novo espírito dessa velha alma
O corpo sente a decadência
Sigo adiante realista
Capitalizando memórias que ficaram
Apagaram-se nomes e ficaram as cores
Novo dia, velhos tempos, momentos...
Muitos por vir ou talvez nem tanto
No caminho que ainda sigo
Certeza de alguns dissabores
Mas alegres flashes do hipocampo
Que marcam a minha linha do tempo
Motivam seguir insistente
Solitário ou pra quem quiser vir comigo 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dia do amor

Dia de sonhos, fantasias, o amor está no ar. Programas matinais na TV cheio de histórias de encontros, com intervalo comercial repleto de anúncios de presentes para os eternos apaixonados.
Dia fixo no calendário, não importa ser durante a semana, dia de receber flores no trabalho, anúncio de não estar encalhada.
Dia de suíte 5 estrelas, mas antes um jantar estourando champanhe e cartão. Pagando de apaixonado, jovem determinado, impressionando a quem ama.
Pode também os casados sobreviverem a esta data, anos de cumplicidade tolerante, uma brasa de paixão revolvida por sopro ocasional de brisas sazonais. 
E por acaso ou não, depois do dia da paixão vem o do Santo Antônio. Este santo casamenteiro que mergulha de ponta cabeça nas orações das alijadas dos dias 12 de junho.
Vidas que perpetuam na entrega, escrevendo uma história de final variado, segue a natureza humana a procura de um significado. Inevitável depois, também no calendário, o dia do doador de sangue. Cada um assim, escreve por si, o ocaso do seu próprio destino, como possa lhe parecer a sua eterna felicidade...
Ah...o amor....ah... a paixão...

sábado, 11 de maio de 2013

Rosebud


Dosando sempre a emoção
Fez-me acreditar na razão
Passou-me o seus valores
Com suavidade e firmeza
Quando no auge da felicidade
Momentos de alegria
Sempre o amor para praticar
Dificuldades nem sempre superadas
O calor da sua presença
Aroma de sua essência
Nostálgica lembrança
De um tempo distante
Infinita de tão atroz
Gravada em imagens
Amareladas em preto e branco
Num surdo silêncio sem voz 




segunda-feira, 15 de abril de 2013

Requiem a Paulo Medina





                                                               Mártir, ídolo, nem precisa conhecer. 
Estão aí, heróis ou pessoas comuns,
Arriscam e ousam pelo que acreditam
São bons, justos por isso amados.
Não escolheu o caminho
Apenas aconteceu, seguiu o seu destino
Amou e viveu, lutou e realizou
Com dificuldade mas não desistia
Aterrissando altivo do seu voo livre 
Um exemplo e não poderia ser diferente
Humano, visionário, sonhador
Mestre e amigo,
Fez do seu caráter uma marca
Da arte o seu estandarte
Partiu, chegou a hora, 
Agora um símbolo, 
Deixando-nos um vazio e só saudades,
Nostálgicos lembraremos,
Da sua dança e a sua alegria de viver.




Rap da Maria



Eu estava no supermercado
Na fila pra pagar
Veio minhã irmã andando
Pronta pra falar:
Eu estava na fila do açougue
E na minha frente,
Uma gorda está
Demorou mais de uma hora 
Só aí começou a falar
Comprou 3 bifes de fígado
Insatisfeita comprou mais 3
Coxa e sobrecoxa
Peito de frango também
Ou ela tem restaurante 
Ou 3 filhos gordos pra alimentar
Um marido deficiente
De tão gordo que não consegue andar
Ela comprou toda a carne
Toda a carne do supermercado

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Final feliz

Fico distante muitas vezes, 
Não sei a razão nem o motivo,
Fico pensando disperso, distraído
Não sei fingir nem atuar
Fico apenas sendo eu.
Não sei como nem por que
Sigo apenas o caminho, atraído,
Pelo meu instinto que me guia
Que nem sempre é o certo
Mas que me instiga e me afronta
Que enche o tempo e a vida.
Que alegria, felicidade,
Me enche de ansiedade
Quando te vejo e te sinto
Sei que te quero, não sei se mereço
Parece real, mas ainda um sonho
Quero te amar, por certo
Penso em mim, mas mais em você
Não num final, mas no meio 
Não numa vida, mas em momentos,
Com muitos: Que bom... Combinado!









quinta-feira, 14 de março de 2013

Parabéns Carolina !



Uma beca negra de babado branco, um canudo, um sonho
Dela própria, que desde infância já tinha certeza
Orgulhosa como os pais, vitoriosa como uma guerreira
Terá novos e outros estilos de bebedeira
Longe da universidade, essa irresponsável responsabilidade
Amigos eram colegas, agora colegas e talvez amigos
Distanciam-se os sonhos da realidade e o tempo irá realizar-se
Uma longa linha que se confundirá com a vida
Onde um dia recordará e descobrirá o sentido das palavras do patrono
Retornando um dia a uma formatura de alguém
Quiçá na mesma Rural que a deixará nostálgica
Relembrando a Japa que todos conheciam
Dos aniversários a cerveja e sushis
Da cachorrada que vivia no quintal
Lotando o velho fusca nos passeios ao campus
Sentada a beira da lagoa observando as capivaras
Nos churrascos da turma com piscina de plástico
Da caminhada no Sol e na chuva nos dias de aula
Que tudo isso será um passado distante
Da médica veterinária que sempre quis ser.

sexta-feira, 1 de março de 2013

O que é o justo?!

A justiça nem sempre é justa.
Condenar um ato pontual, que culminou num deslize, resultante de forças que ninguém ponderou.
Homens julgam os homens, mas com que direito?
Com o lastro da opinião pública, executando os culpados, como árbitro, favorecendo o time da casa.
Concurso público, eleições, indicações... Fazem capazes de serem justos?
E quem decide que possa merecer uma segunda chance?
Trabalhar e não ser valorizado, ter filhos e não poder criá-los, uma doença sem amparo.
Roubar institucionalmente é permitido. Ética somente na divisão do bolo.
O que faz banalizar o errado e condenar o certo?
Boa vontade ou boa fé, no início todos têm. Ainda é possível acreditar no homem primata.
Podia estar matando, podia estar roubando, podia estar estuprando...Condenado a pobreza, a indiferença e a sobrevivência.
Cidadão não pode matar bandido, a prisão é o seu lar dentro de uma fortaleza. Seus direitos aviltados e humilhados 0800 vezes.
Sistema viciado na propinolândia, indiferente aos olhos dos justos.
Esses justos que julgam sensacionalmente, que se  fazem guardiões da moralidade hipócrita.
Vão a missa e cultos, buscam cristos para pregar na cruz, aliviando as suas consciências para poderem abraçar seus filhos.
Assim constroem uma sociedade contemporânea!
No poder da economia e influência, numa autêntica cruzada pós moderna, oprimindo os comuns e matando os simples




domingo, 3 de fevereiro de 2013

Boemia



Glamour é fascinante, pessoas ao redor, falsas certamente, mas o que importa? 
Páginas e páginas de nomes nos contatos. Basta ligar para começar a programar. Muitas risadas, bebidas nos bares, gente bonita mas não interessante.
Fotos em poses nas redes sociais.Todos sorridentes, todos felizes...
Quanta importância que todos te dispensam. Porque é bonita? Ou toca uma viola?
Sei, sei, tem dinheiro, é independente. Uma boa companhia? Talvez...
Mas na real, ninguém precisa de um motivo.
Sexo é legal e está na moda, não é mais tabu. Praticando as fantasias, usando a parceria. Encontro é casual ou até formal.
Mas e esta sensação no final da noite? Solidão que acompanha a sua companhia.
Sem o eu identificado, chegando à casa vazia e escura. A luz da geladeira entreaberta iluminando os goles de água, espantando a ressaca que chegou com força.
É... Não tem relevância esta atitude automatizada exuberante. Até quando? Depende da sua mente.
Uma hora desperta a consciência e racionaliza o libido.
Pode ser um casamento, encontro com Jesus ou até cirrose hepática.












sábado, 19 de janeiro de 2013

Voltando da escola



10:40 hs, tocava o sinal...
Despedia-me do último amigo na Barão de Jaceguai.
Pela Praça Oswaldo Cruz, sob o imenso relógio que nunca vi funcionar, cruzava diagonalmente em meio a uma mata que parecia mais densa, para atravessar a cancela que vinha em seguida, na estação de trem, vazia, do ponto final da Central do Brasil.
Na calçada estreita dos pontos de ônibus, cheia de graxa e lixo abandonado, pedintes e algumas pessoas silenciosas na penumbra, perdidos ou não, pareciam esperar algo acontecer.
Caminhava receioso, apressava os passos para chegar logo em casa.
Rua Hamilton da Silva e Costa, 346, quarta quadra ao lado do Clube União, depois do boteco fechado ao lado da casa da Ana Lúcia, penúltima casa antes do calçamento acabar, no último poste com iluminação pardacenta de mercúrio. Fim do bairro Mogilar e o começo da Ponte Grande.
Sobrevivia assim, heróico, a mais um dia de travessia solitária, com gatos pretos cruzando a frente e cães anunciando a minha passagem.
Noite deserta e escura e enfim o aconchego do lar.
Luzes e vozes familiares, ufa! Agora podia relaxar...