segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Só vontade de acertar



Errar é sina.
Enxergar os erros mas não os corrigir.
Ter a solução para os do alheio,
Do próprio, repetir...
Até acertar? Nem sempre...
E quando o fizer, logo esquecer!

Namorar, noivar e casar.
Com certeza é o amor.
Único, até algumas bodas completar.
Felicidade é algo relativo,
Nem pensar em mudar,
Com medo de não errar, vai continuar...
Para segurança e comodidade,
E não correr riscos de ser rejeitado.

Estudar para trabalhar,
Trabalhar e continuar a estudar...
Ganhar prestígio e fama,
Sentir-se importante e competente,
Respeitada figura social.
Mas incapaz de entender o adolescente
Que na sua própria casa o desafia
Na condição de sussessor do seu nome.

Afinal a vida passou...
Dinheiro nem era tão importante,
Quer apenas o anonimato
Lembranças áureas de outrora 
E se preocupar com a modernidade.
Mesmo sem a atenção devida,
Vaga em suas memórias a aconselhar,
Todos passam apressados e desatentos.
Vão cometer os mesmos erros,
Seguros de suas inseguranças,
Irão viver sem exceção,
Cada um a sua própria experiência...


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Janela




Através da janela contemplo,
Um certo dia claro brilhando num domingo,
Dias de chuvas, gotas descendo pelo vitrô,
Lua cheia iluminando o quarto na insônia mensal.

Passam apressados, nem se importam.
A voz é presa, não adianta gritar.
Vêem apenas as próprias imagens disformes...
No vidro escuro das janelas.

Cerrando me isolo,
Fico no silêncio e a luz transpassa branda...
Isso me acalma, me tranquiliza.
À noite, sem a brisa fria,
Tranco-me na minha segurança,
Desta vida além da esquadria...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

De repente, a maturidade




No meio do caminho...
Deparo com a realidade, estaciono nos meus conceitos, vejo a mudança acontecer...
O futuro já é presente. Não é o começo nem o fim, está longe de acabar. É ainda o meio do caminho...
Não é juventude nem a velhice, é a maturidade. Consciência da realidade e a mediocridade constatada...
Sem glamour ou romantismo, foi apenas o trabalho com o lazer intercalado neste script determinado dessa peça que é a vida. Mesmo ao cair o pano, resta ainda o terceiro ato...
O auge já passou outrora, sonhos foram sonhados, os amores quase eternizados num mundo que parecia maior... A brincadeira nem tem mais graça, a festa acabou e o bolo já foi partido...
A quem interessa reclamar? Voltar é impossível, há que que continuar. Cuidar, acumular, zelar, agora soa insensato. No caminhar solitário já não faz sentido e carece a dedicação...
Restam os últimos longos momentos dessa trajetória mediana, talvez até com paixão para uma motivação justificada, reciclando os fragmentos perdidos de uma outra época vivida...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O fim do infinto (felicidade eterna)





Conheci a felicidade, a infância nunca acabaria.
O brinquedo nunca quebraria,
Minha mãe nunca morreria...

Tive um amor, seria eterno.
Foi intenso, foi imenso,
Seria infinito...

Sonhei um dia, pensei ter realizado.
trabalhei a vida inteira,
Acabou em aposentadoria...

Comprei ilusões, financiei emoções.
Paguei em prestações,
Que nunca acabaria...

Acreditei no infinito, na juventude.
Estou quase no fim da linha,
Do inacabável infinito...


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Lazer padronizado


Ditadura de fim de semana, obrigue-se a se divertir...
Sábado à noite nem se quer apareça no facebook ou msn. É bullying na certa: For ever alone! 
Estacionar é difícil, churrascaria lotada, garçons mal-humorados. Fila pra balada, discussão com segurança, manés caçando confusão. É o stress para os dias de relax... 
Cinemas e teatros superfaturados, flanelinhas de plantão, congestionamento. Churrasco com família, enfiar o pé na jaca, piadinhas inconvenientes, discussão com cunhado, é o fim ... de semana. 
Ah...segunda feira de descanso...Depois de um relaxante dia de trabalho, abençoado happy hour... Afrouxando a gravata sem culpa, depois do trampo o agito é o descanso...
Baladinha bem frequentada numa plena terça, galerinha cult e uma banda de indie rock...
Matando a última aula, sambinha de roda no boteco beira da calçada, com cerveja canela de pedreiro num dia aleatório...
Jogo de tênis ainda com Sol de verão, o resultado interessa? Basta depois cerveja e conversa, até sermos expulsos para clube fechar...
Domingão é impar, unanimidade...Á noite é a hora, descanso do descanso, preparo para o dia de branco. Todos na rede, atualizando os posts, assistir TV, fantástico ou café filosófico, chá com bolo, um livro ou revista, até o tédio reinar e quem sabe uma domingueira no GG para preguiça espantar...