segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Professores e mestres


Inseguro no primeiro dia de aula, só e acuado numa imensa sala e lá veio ela com sua atenção discreta mas intensa, com sorriso angelical largo, em harmonia com o olhar acalentador.
Paciente e tranquila, esguia, elegante, trajando um tailleur escuro clássico sob um guarda-pó alvíssimo, como uma manta de uma santa contemporânea. 
Sem dúvida fez diferença para uma imagem aprazível do que vinha a ser a escola, incógnita até o momento na minha rude infância sem nenhuma informação a respeito, no alto dos meus seis anos de idade.
Dona Vera, esta personagem mítica, fez-me acreditar em carinho fora da família e entender que existem mães além da nossa. 
Com afeto, recordo dessa pioneira que guardo no meu coração, entre Haydeés e Estelitas que se sucederam na minha vida escolar, até os dias acadêmicos com professores doutores não menos importantes.
Esta convivência breve e fragmentada, com estas incríveis pessoas que se doam, moldou  meus conceitos e valores, deixou saudades até de reveses e das repreensões, naturalmente superados e assimilados, bem como dos abraços apertados na formatura, daqueles que fizeram diferença, mesmo rigorosos que foram, habitam luminosos a minha memória.