terça-feira, 1 de novembro de 2011

Namoro no portão



Toda noite em sua casa, sentados no sofá, mãos dadas carinhosamente, olhando a TV sem prestrar atenção. Beijos tímidos quando ninguém olhava, com muitos irmãos era quase impossível.
Como pode uma rotina ser maravilhosa?
Cabelos longos, sardas no rosto, olhar meigo e triste de cor verde... Ar misteriosa, carinhosa, nem sempre a entendia. Bastava a sua companhia, era só o que eu queria...
Vestida e maquiada, pronta pra ir ao cinema ou de havianas à vontade em casa, nem assim ficava desarrumada. Achava tudo bom, nem ligava...
Falávamos muito mas nada significante. Sem preocupação, éramos tudo um para outro, isso é que importava. Era só pretexto pra ficarmos grudados...
Na praia de mãos dadas, que clichê! Todos passam por isso mas quem se importava? Juntos na rede, tempo passava lento. Pensamentos voavam e sonhavamos acordados...
Como ela se preocupava... Tinha pra mim uma atenção exclusiva. Como poderia ficar indiferente, linda e luminosa, seria impossível não amá-la...
Quanta saudade sentíamos mesmo sendo algumas horas. Minutos pareciam séculos. Conectados, como nos entendíamos. 
De manhã, a tarde e a noite não saía do meu pensamento. Simplesmente ao seu lado era a realização, parecia irreal a felicidade, era só isso que queria pra eternidade...
Antes de ir embora, uma parada no portão.
Mesmo depois de tanto conversar tinha ainda assunto sem parar,
Só um tempinho a mais pra segurar na sua mão.
Abraçados sem trocar palavras, um beijo de despedida, voltava pra casa sem opção.
Último onibus passou há tempo e voltava caminhado sem preocupação.
Na vida, como tudo, era só de simplicidade,
Bastava estar apaixonado que nada mais interessava...


Nenhum comentário:

Postar um comentário