domingo, 25 de março de 2012

Lixo da praticidade



Shoppings são ótimos... Vida moderna, agitada, tempo curto... Local onde concentra maior número de pessoas comuns, medianas, medíocres... Longe de ser uma crítica no sentido estrito, mas talvez estrito no sentido de uma crítica.
Um centro de compras, com facilidades de acesso e segurança, hoje vende-se também um lazer hermético.
Ah... A praça de alimentação... Refeitório chique com rações variadas,  ante-sala dos cinemas, primor em atendimento de última classe:

-Por favor poderia me dizer se qual as combinações deste prato?
-Aqui você só paga! responde a troglodita travestida de atendente da caixa registradora....

Senhas para retirar o bandejão, suco de compahia aérea, chopp num copo de plástico, piquenique burgues com requinte de proletariado. Junk food pré-fabricados temperados artificialmente com sabor qualidade, degustados em mesas pregadas no chão.
Lounge com brinquedos eletronicos consumidos via cartão magnético, para a tranquilidade dos pais modernos, sem ralados de joelhos, skates ou roupas enlameadas de jogos de futebol no terreno baldio.
Certo ou errado, reflexo da modernidade. Novos hábitos instituídos. Talvez gerações atuais tenham saudades dessa época como temos hoje dos domingos nos estádios com o pai, enrolado na bandeira do time ou dos almoços com família num restaurante chines.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Leoa





Fascina pela força,
transcende a sua beleza
Vivida mas juvenil,
teve o tempo antecipado
Sofrida mesmo amada,
Não é compreendida...
Teme pela felicidade,
não a sua,
mas de quem dela depende.
É mulher, é bonita.
É mãe, é leoa.
Mostra a garra numa suavidade felina,
na luta, na sobrevivencia,
no amor , na delicadeza...
Um encanto de imagem,
quase miragem
de ternura e amor.
Suas palavras vêm com força,
sua honra é valiosa
e desistir não consta.
É garra e carinho.
Luminosa... calorosa...
Seu perfume faz sonhar,
tem sabor o seu olhar.
Também é menina,
dá vontade de cuidar.
Seu abraço silencia,
nem palavra, nem pensamento...
Seu beijo delicado faz despertar,
revolver sentimentos,
devolver a paixão,
há tempo sedimentada
e há muito esquecida...




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Só vontade de acertar



Errar é sina.
Enxergar os erros mas não os corrigir.
Ter a solução para os do alheio,
Do próprio, repetir...
Até acertar? Nem sempre...
E quando o fizer, logo esquecer!

Namorar, noivar e casar.
Com certeza é o amor.
Único, até algumas bodas completar.
Felicidade é algo relativo,
Nem pensar em mudar,
Com medo de não errar, vai continuar...
Para segurança e comodidade,
E não correr riscos de ser rejeitado.

Estudar para trabalhar,
Trabalhar e continuar a estudar...
Ganhar prestígio e fama,
Sentir-se importante e competente,
Respeitada figura social.
Mas incapaz de entender o adolescente
Que na sua própria casa o desafia
Na condição de sussessor do seu nome.

Afinal a vida passou...
Dinheiro nem era tão importante,
Quer apenas o anonimato
Lembranças áureas de outrora 
E se preocupar com a modernidade.
Mesmo sem a atenção devida,
Vaga em suas memórias a aconselhar,
Todos passam apressados e desatentos.
Vão cometer os mesmos erros,
Seguros de suas inseguranças,
Irão viver sem exceção,
Cada um a sua própria experiência...


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Janela




Através da janela contemplo,
Um certo dia claro brilhando num domingo,
Dias de chuvas, gotas descendo pelo vitrô,
Lua cheia iluminando o quarto na insônia mensal.

Passam apressados, nem se importam.
A voz é presa, não adianta gritar.
Vêem apenas as próprias imagens disformes...
No vidro escuro das janelas.

Cerrando me isolo,
Fico no silêncio e a luz transpassa branda...
Isso me acalma, me tranquiliza.
À noite, sem a brisa fria,
Tranco-me na minha segurança,
Desta vida além da esquadria...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

De repente, a maturidade




No meio do caminho...
Deparo com a realidade, estaciono nos meus conceitos, vejo a mudança acontecer...
O futuro já é presente. Não é o começo nem o fim, está longe de acabar. É ainda o meio do caminho...
Não é juventude nem a velhice, é a maturidade. Consciência da realidade e a mediocridade constatada...
Sem glamour ou romantismo, foi apenas o trabalho com o lazer intercalado neste script determinado dessa peça que é a vida. Mesmo ao cair o pano, resta ainda o terceiro ato...
O auge já passou outrora, sonhos foram sonhados, os amores quase eternizados num mundo que parecia maior... A brincadeira nem tem mais graça, a festa acabou e o bolo já foi partido...
A quem interessa reclamar? Voltar é impossível, há que que continuar. Cuidar, acumular, zelar, agora soa insensato. No caminhar solitário já não faz sentido e carece a dedicação...
Restam os últimos longos momentos dessa trajetória mediana, talvez até com paixão para uma motivação justificada, reciclando os fragmentos perdidos de uma outra época vivida...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O fim do infinto (felicidade eterna)





Conheci a felicidade, a infância nunca acabaria.
O brinquedo nunca quebraria,
Minha mãe nunca morreria...

Tive um amor, seria eterno.
Foi intenso, foi imenso,
Seria infinito...

Sonhei um dia, pensei ter realizado.
trabalhei a vida inteira,
Acabou em aposentadoria...

Comprei ilusões, financiei emoções.
Paguei em prestações,
Que nunca acabaria...

Acreditei no infinito, na juventude.
Estou quase no fim da linha,
Do inacabável infinito...


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Lazer padronizado


Ditadura de fim de semana, obrigue-se a se divertir...
Sábado à noite nem se quer apareça no facebook ou msn. É bullying na certa: For ever alone! 
Estacionar é difícil, churrascaria lotada, garçons mal-humorados. Fila pra balada, discussão com segurança, manés caçando confusão. É o stress para os dias de relax... 
Cinemas e teatros superfaturados, flanelinhas de plantão, congestionamento. Churrasco com família, enfiar o pé na jaca, piadinhas inconvenientes, discussão com cunhado, é o fim ... de semana. 
Ah...segunda feira de descanso...Depois de um relaxante dia de trabalho, abençoado happy hour... Afrouxando a gravata sem culpa, depois do trampo o agito é o descanso...
Baladinha bem frequentada numa plena terça, galerinha cult e uma banda de indie rock...
Matando a última aula, sambinha de roda no boteco beira da calçada, com cerveja canela de pedreiro num dia aleatório...
Jogo de tênis ainda com Sol de verão, o resultado interessa? Basta depois cerveja e conversa, até sermos expulsos para clube fechar...
Domingão é impar, unanimidade...Á noite é a hora, descanso do descanso, preparo para o dia de branco. Todos na rede, atualizando os posts, assistir TV, fantástico ou café filosófico, chá com bolo, um livro ou revista, até o tédio reinar e quem sabe uma domingueira no GG para preguiça espantar...