segunda-feira, 15 de abril de 2013

Requiem a Paulo Medina





                                                               Mártir, ídolo, nem precisa conhecer. 
Estão aí, heróis ou pessoas comuns,
Arriscam e ousam pelo que acreditam
São bons, justos por isso amados.
Não escolheu o caminho
Apenas aconteceu, seguiu o seu destino
Amou e viveu, lutou e realizou
Com dificuldade mas não desistia
Aterrissando altivo do seu voo livre 
Um exemplo e não poderia ser diferente
Humano, visionário, sonhador
Mestre e amigo,
Fez do seu caráter uma marca
Da arte o seu estandarte
Partiu, chegou a hora, 
Agora um símbolo, 
Deixando-nos um vazio e só saudades,
Nostálgicos lembraremos,
Da sua dança e a sua alegria de viver.




Rap da Maria



Eu estava no supermercado
Na fila pra pagar
Veio minhã irmã andando
Pronta pra falar:
Eu estava na fila do açougue
E na minha frente,
Uma gorda está
Demorou mais de uma hora 
Só aí começou a falar
Comprou 3 bifes de fígado
Insatisfeita comprou mais 3
Coxa e sobrecoxa
Peito de frango também
Ou ela tem restaurante 
Ou 3 filhos gordos pra alimentar
Um marido deficiente
De tão gordo que não consegue andar
Ela comprou toda a carne
Toda a carne do supermercado

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Final feliz

Fico distante muitas vezes, 
Não sei a razão nem o motivo,
Fico pensando disperso, distraído
Não sei fingir nem atuar
Fico apenas sendo eu.
Não sei como nem por que
Sigo apenas o caminho, atraído,
Pelo meu instinto que me guia
Que nem sempre é o certo
Mas que me instiga e me afronta
Que enche o tempo e a vida.
Que alegria, felicidade,
Me enche de ansiedade
Quando te vejo e te sinto
Sei que te quero, não sei se mereço
Parece real, mas ainda um sonho
Quero te amar, por certo
Penso em mim, mas mais em você
Não num final, mas no meio 
Não numa vida, mas em momentos,
Com muitos: Que bom... Combinado!









quinta-feira, 14 de março de 2013

Parabéns Carolina !



Uma beca negra de babado branco, um canudo, um sonho
Dela própria, que desde infância já tinha certeza
Orgulhosa como os pais, vitoriosa como uma guerreira
Terá novos e outros estilos de bebedeira
Longe da universidade, essa irresponsável responsabilidade
Amigos eram colegas, agora colegas e talvez amigos
Distanciam-se os sonhos da realidade e o tempo irá realizar-se
Uma longa linha que se confundirá com a vida
Onde um dia recordará e descobrirá o sentido das palavras do patrono
Retornando um dia a uma formatura de alguém
Quiçá na mesma Rural que a deixará nostálgica
Relembrando a Japa que todos conheciam
Dos aniversários a cerveja e sushis
Da cachorrada que vivia no quintal
Lotando o velho fusca nos passeios ao campus
Sentada a beira da lagoa observando as capivaras
Nos churrascos da turma com piscina de plástico
Da caminhada no Sol e na chuva nos dias de aula
Que tudo isso será um passado distante
Da médica veterinária que sempre quis ser.

sexta-feira, 1 de março de 2013

O que é o justo?!

A justiça nem sempre é justa.
Condenar um ato pontual, que culminou num deslize, resultante de forças que ninguém ponderou.
Homens julgam os homens, mas com que direito?
Com o lastro da opinião pública, executando os culpados, como árbitro, favorecendo o time da casa.
Concurso público, eleições, indicações... Fazem capazes de serem justos?
E quem decide que possa merecer uma segunda chance?
Trabalhar e não ser valorizado, ter filhos e não poder criá-los, uma doença sem amparo.
Roubar institucionalmente é permitido. Ética somente na divisão do bolo.
O que faz banalizar o errado e condenar o certo?
Boa vontade ou boa fé, no início todos têm. Ainda é possível acreditar no homem primata.
Podia estar matando, podia estar roubando, podia estar estuprando...Condenado a pobreza, a indiferença e a sobrevivência.
Cidadão não pode matar bandido, a prisão é o seu lar dentro de uma fortaleza. Seus direitos aviltados e humilhados 0800 vezes.
Sistema viciado na propinolândia, indiferente aos olhos dos justos.
Esses justos que julgam sensacionalmente, que se  fazem guardiões da moralidade hipócrita.
Vão a missa e cultos, buscam cristos para pregar na cruz, aliviando as suas consciências para poderem abraçar seus filhos.
Assim constroem uma sociedade contemporânea!
No poder da economia e influência, numa autêntica cruzada pós moderna, oprimindo os comuns e matando os simples




domingo, 3 de fevereiro de 2013

Boemia



Glamour é fascinante, pessoas ao redor, falsas certamente, mas o que importa? 
Páginas e páginas de nomes nos contatos. Basta ligar para começar a programar. Muitas risadas, bebidas nos bares, gente bonita mas não interessante.
Fotos em poses nas redes sociais.Todos sorridentes, todos felizes...
Quanta importância que todos te dispensam. Porque é bonita? Ou toca uma viola?
Sei, sei, tem dinheiro, é independente. Uma boa companhia? Talvez...
Mas na real, ninguém precisa de um motivo.
Sexo é legal e está na moda, não é mais tabu. Praticando as fantasias, usando a parceria. Encontro é casual ou até formal.
Mas e esta sensação no final da noite? Solidão que acompanha a sua companhia.
Sem o eu identificado, chegando à casa vazia e escura. A luz da geladeira entreaberta iluminando os goles de água, espantando a ressaca que chegou com força.
É... Não tem relevância esta atitude automatizada exuberante. Até quando? Depende da sua mente.
Uma hora desperta a consciência e racionaliza o libido.
Pode ser um casamento, encontro com Jesus ou até cirrose hepática.












sábado, 19 de janeiro de 2013

Voltando da escola



10:40 hs, tocava o sinal...
Despedia-me do último amigo na Barão de Jaceguai.
Pela Praça Oswaldo Cruz, sob o imenso relógio que nunca vi funcionar, cruzava diagonalmente em meio a uma mata que parecia mais densa, para atravessar a cancela que vinha em seguida, na estação de trem, vazia, do ponto final da Central do Brasil.
Na calçada estreita dos pontos de ônibus, cheia de graxa e lixo abandonado, pedintes e algumas pessoas silenciosas na penumbra, perdidos ou não, pareciam esperar algo acontecer.
Caminhava receioso, apressava os passos para chegar logo em casa.
Rua Hamilton da Silva e Costa, 346, quarta quadra ao lado do Clube União, depois do boteco fechado ao lado da casa da Ana Lúcia, penúltima casa antes do calçamento acabar, no último poste com iluminação pardacenta de mercúrio. Fim do bairro Mogilar e o começo da Ponte Grande.
Sobrevivia assim, heróico, a mais um dia de travessia solitária, com gatos pretos cruzando a frente e cães anunciando a minha passagem.
Noite deserta e escura e enfim o aconchego do lar.
Luzes e vozes familiares, ufa! Agora podia relaxar...